novembro 10, 2008

PREJULGAMENTO

Eram dois vizinhos. O primeiro vizinho comprou um coelhinho para os filhos. Os filhos do outro vizinho pediram um bicho para o pai. Ele comprou um cão pastor alemão. Papo de vizinho:- Mas ele vai comer o meu coelho. - De jeito nenhum, imagina. O meu pastor é filhote. Vão crescer juntos e se tornarem amigos. Eu entendo de bicho. E parece que o dono do cachorro tinha razão. Juntos cresceram e ficaram amigos. Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa. Eis que o dono do coelho foi passar o final de semana na praia com a família e o coelho ficou sozinho. Domingo, à tardinha, o dono do cachorro e a família tomavam um lanche, quando entra o pastor alemão na cozinha. Pasmo, trazia o coelho entre os dentes, todo imundo, arrebentado, sujo de terra e, é claro, morto. Quase mataram o cachorro de tanto agredi-lo. Dizia o homem: - O vizinho estava certo, e agora? Só podia dar nisso! Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar. E agora?! Todos se olhavam. O cachorro, coitado, chorando lá fora, lambendo os seus ferimentos. Já pensaram como vão ficar as crianças? Não se sabe exatamente quem teve a idéia, mas parecia infalível: Vamos lavar o coelho, deixá-lo limpinho, depois a gente seca com o secador e o colocamos na sua casinha. E assim fizeram. Até perfume colocaram no animalzinho. Ficou lindo, parecia vivo, diziam as crianças. Logo depois ouvem os vizinhos chegarem e os gritos das crianças. - Descobriram! Não passaram cinco minutos e o dono do coelho veio bater à porta, assustado. Parecia que tinha visto um fantasma. - O que foi? Que cara é essa? - O coelho, o coelho...- O que tem o coelho? - Morreu! - Morreu? Ainda hoje à tarde parecia tão bem. - Morreu na sexta-feira! - Na sexta? – Foi um pouco antes de viajarmos, e as crianças o enterraram no fundo do quintal e agora reapareceu!
A história termina aqui. O que aconteceu depois não importa. Mas o grande personagem desta história é o cachorro. Imagine o coitado, desde sexta-feira procurando em vão pelo seu amigo de infância. Depois de muito farejar, descobre o corpo morto e enterrado. O que ele faz?... Provavelmente com o coração partido, desenterra o amigo e vai mostrar para seus donos, imaginando poderem ressuscitá-lo. E o ser humano continua o mesmo, sempre julgando os outros...
Outra lição que podemos tirar desta história é que o homem tem a tendência de julgar os fatos sem antes verificar realmente o que aconteceu. Quantas vezes tiramos conclusões erradas das situações e nos achamos donos da verdade? Histórias como esta são para pensarmos bem nas atitudes que tomamos. Às vezes fazemos os outros sofrerem por nosso injusto julgamento. Sejamos mais compreensivos e mais tolerantes uns com os outros! “Ao que às ocultas calunia o próximo, a esse destruirei; o que tem olhar altivo e coração soberbo, não o suportarei.” - (SL 101:5) “Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos.” - (Romanos 15:1).

Thaïs Léo
Boletim de 09/11/08

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